Um serviço que chegou e conquistou o público logo de cara foi a assinatura de plataformas de vídeos em “streaming”. Inicialmente, havia quem defendesse que as pessoas não veriam filmes na tela do computador, ou que não abandonariam as novelas na televisão.
Ledo engano. A verdade se mostrou outra e, atualmente, serviços de vídeos online dão muito o que falar – inclusive produzindo material próprio e de altíssima qualidade, vide Narcos, Stranger Things, só para ficar nos recentes sucessos da Netflix.
Muito embora houvesse a desconfiança inicial, vê-se que quando o produto tem qualidade, as pessoas consomem. Basta acreditar. Cada vez mais as pessoas estão escolhendo o que assistir em suas telas, deixando de lado as escolhas impostas pelas emissoras de televisão.
No mundo dos livros, a verdade não é diferente. Há poucos anos víamos a resistência em ler livros no computador, e comprar e-books era algo impensável. Porém, aparelhos como o Kindle e sites gigantes como Amazon fizeram o aparentemente impossível.
Essas marcas criaram um novo tipo de leitor – jovens que já nasceram com computadores em suas mãos, que passam os dias nas redes sociais acabaram descobrindo as histórias através das telas brilhantes de seus smatphones.
Rompida essa barreira, surgiram plataformas em que o autor se aproximou de seu público e compartilha diretamente com ele suas histórias – sem editores, sem intermediários e sem grana. Apenas o encontro de alguém que quer escrever com alguém que quer ler.
Gostaria de sugerir aos leitores e aos escritores que dessem chance a uma dessas ferramentas, o Wattpad. Esse site possibilita que os autores lancem suas obras sem intermediários, indo direto do autor para o seu público. E a resposta pode ser surpreendente.
Autores conversam com leitores, trocam ideias e experiências. Enfim, escritores ditos “amadores” têm a chance de criar um público e, quem sabe, uma legião de fãs. Por que não?
Um costume interessante é o de lançar a obra com capítulos semanais, ou liberar um capítulo quando chegar a um determinado número de leituras do capítulo anterior – tudo previamente divulgado e cumprido à risca. Em regra, os leitores dão esse voto de confiança, mas esperam o compromisso dos escritores.
Não pega bem deixar uma obra pela metade, ou deixá-la semanas esperando para alguma atualização.
Para evitar esses problemas, eu sugiro que comecem a postar livros quando já tiverem escrito vários capítulos e que, de preferência, ele já esteja revisado – nem que seja por algum amigo. Erros ortográficos e de digitação devem ser evitados.
Ainda não te convenci que a ferramenta pode ser boa? Você deve estar pensando o motivo pelo qual liberaria suas histórias de graça em uma “rede social de autores”?
Pois bem, no mundo existem alguns cases de sucesso entre autores que lançaram primeiramente suas histórias no Wattpad – e o maior exemplo é a autora E.L. James e seu “50 tons de cinza”.
Mas, no Brasil, também temos exemplos de autores autopublicados que despertaram o interesse de grandes editoras: Marcus Barcelos, com seu “Horror na Colina Darrington” e Camila Moreira, com “O amor não tem leis”, essa pela Suma de Letras.
Como a oferta é imensa, no início é bem complicado achar obras que se destaquem pela história em si (e não necessariamente pelo número de visualizações). Por isso, vou sugerir dois livros que são muito bons:
– “Miguel” da Carol Paim e Sheila Bomfim – um romance com uma pegada incrível “chick-lit”.
– “Unicelular” do Tarsis Magellan, um tecno sci-fi brasileiro.
– “Em pele de Cordeiro” da Andreia Evaristo, que trata de um tema super atual: o assédio.
– “365”, esse de R. Tavares. Nesse projeto escrevo um micro conto por dia, nem todos os dias.
Espero que gostem desses livros em streaming!