No último final de semana organizei, juntamente com alguns amigos, em festival literário independente, numa cidade quase no fim do Brasil, ao sul ao sul do mundo, encostadinho no Uruguai, com o objetivo de levar escritores para conversar de forma informal com os seus leitores desse interior que eu busco representar.
Por estarmos longe demais das capitais, somos esquecidos pelas grandes campanhas de divulgação de livros e caravanas de escritores. Mas não seja por isso. Não estamos no mundo para reclamar, mas sim para produzir. Por isso lançamos o 1º FestFronteira Literária de Bagé-RS.
O FestFronteira Literária foi idealizado pelo escritor Rodrigo Tavares e realizado em um somatório de forças com os escritores Fernando Risch e José Francisco Botelho.
O festival nasceu da ideia de criarmos mais um evento para o cenário literário de Bagé, em um festival focado exclusivamente no debate literário.
A ideia era juntar em um mesmo ambiente: escritores, geradores de conteúdo e leitores para mesas de conversas e troca de experiências.
Os curadores do evento pensaram em um ambiente de imersão onde teremos: muita cultura, gastronomia, cerveja artesanal, autógrafos e integração.
Como referência, temos o já tradicional FestPOA Literária, evento alternativo e independente de grande sucesso, que ocorre em Porto Alegre/RS, e é um parceiro do nosso festival, e, ainda, o Festival Internacional de Cinema da Fronteira, idealizado pelo amigo Zeca Brito.
A primeira edição do evento ocorreu no dia 09/12/2017 e contou com as seguintes mesas:
O escritor bajeense Fernando Risch recebeu os escritores André Timm, autor de “Modos Inacabados de Morrer”, e Gustavo Ávila, autor de “O Sorriso da Hiena” para debater sobre publicação independente, início de carreira e processos de criação literária.
O escritor bajeense, José Francisco Botelho, vencedor do Prêmio Jabuti, recebeu os escritores Gustavo Melo Czekster, autor de “Não há amanhã”, e Samir Machado de Machado, autor de “Homens Elegantes”, para um bate papo sobre Ficção Histórica e suas nuances.
O escritor e roteirista premiado L.R. Lima conversou com os escritores Enéias Tavares, César Alcazar e Marsal Alves Branco sobre quadrinhos, roteiros e curiosidades correlatas.
Aliás, quem viu nosso cartaz pode reparar numa coisa inusitada. O evento tinha apenas escritores do gênero masculino. Isso não devia ser um problema, pois um evento não deve ser pautado pelo gênero de seus convidados (o gênero em si vem sendo até mesmo debatido). Mas, para os críticos de plantão damos uma explicação, que talvez não seja a que os adoradores de ódio e polêmicas queriam: as mulheres foram convidadas para participar e não puderam, por motivos de agenda. Simples assim. Desculpem. Na próxima, esperamos que as agendas permitam (sobre isso uma coisa me chamou atenção: as pessoas que me perguntaram sobre isso – homens e mulheres – não foram prestigiar o evento, ou seja, na verdade nem se interessavam pelo evento, apenas pela polêmica). Está aqui o fatídico cartaz dos “Varões Assinalados” (hehe). De qualquer forma, as críticas foram válidas e em tempos de intolerância como os que vivemos, vamos ser mais atentos às representatividades nas próximas edições (friso apenas que não será a cor ou sexo que vão pautar a agenda do festival):
O FestFronteira foi destaque nas seguintes publicações:
FestFronteira deve se internacionalizar
FICHA TÉCNICA DA PRIMEIRA EDIÇÃO (2017)
Direção Geral: Rodrigo Tavares
Organização: Rodrigo Tavares, Lissandro Torres e Fernando Risch.
Curadoria: Rodrigo Tavares, Lissandro Torres, Fernando Risch e José Francisco Botelho.
Apoio na produção Executiva: Marlos Melo
Identidade Visual: André Timm
Patrocinadores:
Grupo Brava – Sistemas de Proteção Contra Incêndio
Barô Bar e Petiscos e Hotel Pizarro
AGT Móveis de Escritório
Grupo JW
Hércules
Serigrafia BST
Ouro & Prata
Campo Novo