Autor de “O Código Da Vinci” não lê romances! E agora?

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Ainda essa semana li que o Dan Brown, autor de “O Código Da Vinci”, não lia um romance há, pelo menos, cinco anos. A referida informação me deixou surpreso, pois a leitura de romances é uma das mais valiosas ferramentas que um escritor pode ter.

Sugeri referido tema em um grupo de teoria literária que eu adoro, organizado pelo Henry Bugalho, e para minha surpresa muitos escritores em potencial não estranharam esse fato, defendendo que ou o autor já leu muito, ou que nem precisaria ler. No caso do Dan Brown, defendiam que bastava ler sobre os assuntos que ele escreve. Outros, mais radicais, defendiam que o tipo de livro que ele escreve não pediria muito estudo.

Com todo respeito às opiniões contrárias, ouso divergir.

Hoje em dia, acredito que escrever é muito mais trabalho e treino do que “dom” propriamente dito. E o treino do escritor é ler muito. Só assim para aumentar sua caixa de ferramentas, para o passo seguinte: escrever mais ainda.

Da mesma forma, para escrever um bom romance não basta o conhecimento teórico sobre os assuntos tratados, pois esses ficam para os manuais e não para a arte da escrita ficcional.

Além disso tudo, muito embora seja bem comum criticar a linguagem dos “best-sellers”, é inegável que a maioria dos escritores de sucesso estudaram – e muito – até mesmo a fórmula desses livros, estruturas narrativas dominantes, dentre milhares de ferramentas que prendem um leitor do início ao fim de um livro. E isso é um mérito deles, independentemente de gostarmos ou não de sua obra.

Assim é importante destacar: o escritor deve ler com qualidade e estudar muito as técnicas da escrita criativa. Escrever é muito mais que dom e inspiração. Para escrever, é necessário ter boas ideias, ter talento e tudo o mais que o imaginário popular nos faz crer. Porém, escrever não é diferente de outras artes. Os músicos, por exemplo, possuem um dom. Mas para entrar em uma banda ou uma orquestra eles têm que estudar muito, ensaiar, treinar. A repetição leva à perfeição!

Portanto, é totalmente proibido (está bem… não é recomendável…) na casa de um escritor não existirem inúmeros livros (lidos) espalhados por estantes e mesas. Se você conhece um escritor que lê pouco: duvide dele.

Voltando ao tema, vou propor um pequeno desafio: peguem os últimos Best Sellers do mercado e deem uma olhadinha na orelha da contracapa, ali, logo abaixo da foto do autor. Vocês irão notar que a maioria dos escritores estrangeiros participou de alguma espécie de graduação em Escrita Criativa. Não estou falando de quaisquer autores, cito J.K. Rowling e Matthew Quick, apenas como exemplos.

Assim, espero que, com esse pequeno texto, eu tenha convencido vocês de alguns conceitos básicos: o escritor deve ler muito e escrever muito. O escritor deve ser um curioso por natureza.

Se o escritor não tiver acesso a cursos presenciais de escrita, que procure conhecer um pouco mais sobre as técnicas em cursos online. Se o investimento for muito alto, ainda assim existem alternativas! Na internet tem muito conteúdo gratuito sobre escrita.

Quanto ao Dan Brown? Sinceramente, acho que ele não falou exatamente isso. Se ele realmente não lê hpa cinco anos, não importa: o que importa é o debate do tema!

Sejam inquietos! Leiam muito! Escrevam rotineiramente!

Afinal, como diz o mestre André Vianco, escritores escrevem.

 

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