A Síndrome do Pensamento Acelerado e a Feira do Livro

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Recentemente fui indicado como um dos candidatos a Patrono da 20ª Feira do Livro de Bagé-RS. É sempre bom ser lembrado em alguma premiação ou coisa do gênero. Definitivamente, estou orgulhosíssimo de ser um dos nomes cotados logo na minha terra. Isso porque fazem exatos quinze anos que contribuo com a cultura local e regional, inicialmente participando de festivais nativistas e nos últimos dez anos como escritor. Mesmo estando residindo em Porto Alegre, é sempre a cidade de Bagé que eu represento quando sou convidado para participar de algum evento.

Porém, ao mesmo tempo que fico feliz com a candidatura, fico extremamente ansioso e nervoso. E não confundam isso com excesso de competitividade. Pelo contrário, por natureza, eu não sou competitivo – e justamente por isso fico desconfortável de estar participando de uma “eleição”. Pois sim, o Patrono será escolhido pelo voto popular. E voto já me lembra política, que é algo que naturalmente lembra acalorados debates e o discurso do ódio – totalmente contrário àquilo que penso e acredito.

Para quem não sabe eu tomo diariamente um remédio para o controle da ansiedade, mas as vezes o sentimento é forte e incontrolável. Estou disputando uma honraria com outros quatro grandes escritores – três deles amigos pessoais. Aí vem ela – a ansiedade – e me diz: vão dizer na cidade que vocês não se dão bem, se você pedir votos vão dizer que você é extremamente competitivo, se não pedir votos são dizer que não deu valor à indicação, vão dizer.. vão dizer…

Eu li aquele livro sobre ansiedade do Cury e me diagnostiquei com a Síndrome do Pensamento Acelerado – então esse meu pensamento que tanto me ajuda a criar histórias, também me prende nesses pensamentos destrutivos que me geram um desconforto e me trancam em determinadas situações, como uma espécie de pânico.

Enfim, eu vim escrever um texto sobre a Feira do Livro e já estou falando de crise de ansiedade justamente por esse motivo: para me justificar. Quero dizer que não vou fazer um “campanha” acirrada pela “disputa”, porque não quero me encaixar na situação de opositor dos demais candidatos. Independentemente daquele que ganhar, penso que todos nós devíamos abraçar a feira e, principalmente, somar forças pela cultura literária na Rainha da Fronteira.

Quanto a mim, a indicação foi por si só um baita prêmio. Me senti prestigiado pelos meus quinze anos colaborando com a cultura local e, espero, que desperte a curiosidade de mais leitores para lerem meu novo livro (Andarilhos, Ed. Martins Livreiro) – sim, querer ser lido não pode ser mal visto, eu espero.

A escolha do patrono será feita de forma presencial, podendo votar qualquer pessoa maior de dezoito anos que porte um documento com foto, no dia 03 de agosto de 2017, no Clube Comercial de Bagé, até as 17hs. Independentemente de quem foro seu candidato, prestigie  nossa Feira e leia bons livros.

 

Abraços,

R. Tavares

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