Convido meus leitores à uma pequena reflexão sobre empatia:

Em uma simples pesquisa no Google localizei esse significado para a expressão empatia: “capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa na mesma situação vivenciada por ela”. Talvez por ser tão natural para mim sentir empatia, eu estranhe tanto o momento que o Brasil vive.

Sou daquelas pessoas que torcem para seus personagens favoritos em livros e filmes, fico comovido quando acontece algum acidente. Fico feliz e festejo a vitória dos meus amigos e, até mesmo, de gente que embora não conheça, admire.

Assim, é com imensa tristeza que vejo um Brasil divido. “Nós” e “Eles” (e cada um que ler esse texto vai ver seu próprio “nós”, e não o desse autor, diga-se de passagem). “Direta” e “Esquerda”, “Lula” e “Bolsonaro”, entre outras tantas antíteses que, na verdade, são apenas os lados opostos de uma mesma moeda.
Sinceramente, não consigo entender como tem tanta gente inteligente brigando por política.

Vejo alguns saudando e festejando um juiz, que deveria tratar uma investigação de modo sigiloso e discreto, como bem manda a lei, ao invés de se apoiar no marketing para se transformar em uma espécie de herói nacional (alguns anos atrás, o herói nacional era o Cap. Nascimento, um policial fascista, assim descrito pelo seu criador).

E no lado oposto, vejo amigos fechando os olhos e ignorando provas sobre desvios e corrupções já comprovadas do último governo, defendendo que tudo é um ataque da mídia.

Pessoal: não há lógica em nenhuma dessas posições. Não há lógica em brigar por política, assim como não há lógica brigar por futebol. Os políticos, assim como os jogadores, atuam para o público e posteriormente confraternizam, trocando ideias e experiências.

Enquanto isso, do lá de cá, o ódio, a intolerância e a agressão gratuita proliferam em uma velocidade assustadora. O assunto da semana, como um reflexo da nossa própria sociedade, foi tomado por essa absurda necessidade de polêmica e discussão: de um lado, alguns festejando a morte de um ser humano; de outro lado, oportunistas usando essas agressões para transformarem um velório em um comício eleitoral.

Vocês realmente pararam para pensar na loucura disso tudo?

A política brasileira (suja e vergonhosa em todas as suas instâncias) está transformando o povo brasileiro em animais raivosos, prontos para o ataque.

Isso me dá medo.

Não tenho como mudar a sociedade, longe disso. Mas decidi que a partir de hoje todos os meus votos serão em branco. Não acredito no sistema político do modo que está e, pior ainda, vejo todos os brasileiros sendo prejudicados por essa crise que vivenciamos, apenas porque temos que pagar a conta de tanta roubalheira cometida por todos os partidos existentes.

Não, o meu voto eles não terão nunca mais.

Abraços,

R. Tavares